Ouça: would’ve, could’ve, should’ve - Taylor Swift
quinta-feira, 3 de novembro de 2022
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
fluxo #39302
(...) o teu reflexo não é mais familiar e eu tento comunicar em todas as línguas que há algo fora do normal e quando eu tento entender o que há de errado você jura que eu me beneficiaria de todas as psicoterapias disponíveis no mundo quando eu sei que a minha angústia e busca por controle são resultados de tudo que você oculta e não diz e a cada inverdade vejo dias semanas meses anos ruindo na minha frente parece que eu não sei aquilo (quem) que escolhi e como tudo que escolhi até agora é só questão de te ver (nos ver) sendo reduzido a pó e tudo bem apesar de tudo está tudo em paz pois sei que serei outra e sei que ela já vem maior mais sábia mais possivelmente mais misantropa e tão minha como nunca ainda bem que há outros desejos outras vontades um mundo e quase 8 bilhões de pessoas ficará tudo bem repito como um mantra nas noites insones e nos dias de exaustão apesar de você e de todas as suas mentiras que bom que cada dia eu aprendo que sou mais e mais verdade (...)
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
monólogo.
Digo, em um destes dias em que a mente há de falhar e eu quase penso em desistir. De tudo:
"Não guardarei memórias
Não haverão fotos
Na gaveta, nenhum bilhete ou carta"
A inexistência de 26 anos, apagada, como se aqui nunca tivesse tomado parte de nada.
sexta-feira, 17 de junho de 2022
verdens verste menneske
Rabisco poemas que não serão lidos,
que não chegarão jamais aos teus ouvidos
Eles dizem aquilo que não posso repetir em voz alta
Sem o risco de incorrer em erros
De gramática ou moral,
Escrevo, apago,
quinta-feira, 9 de junho de 2022
obviedade
usar as tuas melhores cores para roubar a atenção das rachaduras, vidros quebrados e infiltrações não impede que a estrutura acabe inteira em ruínas.
terça-feira, 31 de maio de 2022
Blame game
segunda-feira, 30 de maio de 2022
sem título 0722
toda vez que o vazio me chama, eu lembro. há um arsenal de sentimentos e um histórico inegável das ausências, desejos e projeções para ser retomado. toda vez que eu lembro, eu volto.
estralo meus dedos, ando pela casa, escuto músicas com a intenção de permanecer no presente. tento me distrair do fato de que o amor - ou o que quer que ele signifique - será sempre parte da minha busca. a atenção dos inícios, a busca pelo outro, o impulso da incerteza são foram o combustível para que eu saísse de um ponto a outro, mesmo que chegasse em terras inóspitas, sem possibilidade de ali fazer abrigo.
"amar o amor mais que o objeto do amor". um lema e um ensinamento midiático, reforçado pela reverência à literatura, música e cinema. alguém um dia iria chegar e mudar tudo. e mudou. dentro de alguma das inúmeras quebras e desilusões, a segurança. o extremo oposto da reatividade e do referencial romântico.
eu sangrei as experiências emocionais de incerteza vez após outra de forma lírica até entender que a segurança me deixa sem palavras. ou melhor, que ela exige que a minha narrativa seja oral, a voz firme e em alto e bom som. de preferência, com a proposição de acordos bem delimitados e frustrações comunicadas com o objetivo de promover soluções adultas.
o utilitarismo me amadureceu, mas há uma versão que anseia por aquilo que pode ser interpretado de maneira livre, com recursos que não a racionalidade fria. ela (eu) desperta toda vez que enxerga a possibilidade de um novo capítulo. talvez esse tenha o seu nome.
note to self - #2222
She Wants Revenge - Tear You Apart
Eros me propõe diálogos enquanto a racionalidade sussurra no ouvido: "não dê às paixões mais espaço do que precisam". Não falamos sobre a fertilidade em terrenos de ausências. É dali que nascem os desejos.