terça-feira, 11 de julho de 2017

Descontinuado


“quem foi que te convenceu. de que você ganhou um coração e uma cabeça que não pertencem a você. que suas ações não definem o que vai acontecer com você. quero gritar e berrar que somos nós seu idiota. somos as únicas pessoas que podem nos unir novamente. mas em vez disso eu sento quieta. sorrindo de leve pensando entre lábios trêmulos. é ou não é uma coisa trágica. quando você vê tudo tão claro e a outra pessoa não vê nada.” (Rupi Kaur)


Se não fossem as desculpas infinitas pela força das personalidades seria a incapacidade de comunicação. Ou a dificuldade de tomar decisões e verbalizar vontades. Desculpas. Traços imperfeitos justificariam as ausências, a distância, as inseguranças e, principalmente, o fato de não compartilharem o presente, quanto mais um futuro distante e míope que acreditavam ser impossível projetar.

Ele, insone, se move durante as noites no vazio do apartamento tentando calar o turbilhão de pensamentos. Ela abraça Morfeu tentando desviar das responsabilidades e das possibilidades adiadas. Querem estar em outro lugar, quem sabe com outro alguém. Anulam os desejos, cerram os punhos e ignoram tudo o que poderia ser. Frente a uma questão, só o eco da pergunta. 


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