F.,
Falho em calcular se já se foram 365 dias ou menos desde a queda. Ou desencontro? Após conversas recentes com novos personagens, penso que o termo é mais adequado aos acontecimentos. Absortos em nossas narrativas – eram tantas –, não percebemos que o erro era não estarmos na mesma página.
Falho em calcular se já se foram 365 dias ou menos desde a queda. Ou desencontro? Após conversas recentes com novos personagens, penso que o termo é mais adequado aos acontecimentos. Absortos em nossas narrativas – eram tantas –, não percebemos que o erro era não estarmos na mesma página.
Foi a tua sinceridade que me encantou primeiro. Também foi ela que deixei de
ouvir naqueles meses em que sentir (qualquer coisa) me pesava mais que a
vontade de continuar e planejar um futuro. Estabilidade nunca foi uma constante
em nossas vidas e todas as incertezas viraram armas. O que eu queria era testar
nossos limites para ver se seriam capazes de diluir fronteiras porque ficar
longe não era uma opção, dissemos uma vez. Mas foi uma escolha. Minha.
Falta. No sentido dos esportes que acompanhavas e eu nunca
entendi. A minha foi ignorar que eu preferia a ansiedade da espera à tua
ausência, mas o mundo inteiro me esmagava e cobrava o que eu não seria capaz de
pagar sem ficar só. A partida não foi desamor: significava não te querer desfeito
ao meu lado.
Largo as velhas justificativas, já gastas, pra dizer que
hoje tudo parece claro, embora imperfeito e irreal, feito a história dos nove
anos e do avião que ninguém perdeu. O que acontece é só a vida. Deixo a ti as minhas desculpas (eternas) e a vontade de cruzar contigo em uma cidade qualquer, pra um café ou discussões sobre os livros que escrevemos nos espaços das ausências.
Te cuida.
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