segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Poemeto sobre o Talvez (Farol)

Ouça: Cold War - The Antlers


Bastava só que abandonasses
todas as dúvidas que aportam no teu cais
Porque o que com tempo se constrói
o vento leva e traz
mas pode também ser pra sempre.


Ou nunca mais.

domingo, 19 de janeiro de 2014

T. 1:14 -15 - III/III


Ele...ele n-não parava...então...eu fiz."

Sexta feira, dez e cinquenta e quatro, lugar nenhum. Garotas girando em queijos, álcool sendo sorvido até pelas paredes. Fim de música, intervalo, uma sombra cruzando as portas, uma moça saltando do palco e sendo atraída quase magneticamente para a presença estranha. O segurança atento aos movimentos dos clientes. 
- Então...ela já está aí? 
- Sim. Me pediu que o acompanhasse até o camarim. Está lá recolhendo as coisas. 
- Tudo bem.  

sábado, 18 de janeiro de 2014

Ponto Final


Teceu memórias de seres imaginados
Mascarou, em histórias, desejos passados
Afundou, sem perceber, em todos os quereres velados

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

T. 1:14 -15 - II/III

Ouça: Mermaid Motel - Lana Del Rey
            Nas velhas caixas do som do salão ecoava a última música da noite. Era uma dessas canções antigas em inglês que tocavam no rádio durante a noite e que falam –surpresa!– sobre amor. A escolhida, na verdade, era sobre alguém que não quer se apaixonar. Havia escutado quando se dirigia ao motel pela primeira vez. Estradas, previsões para um futuro brilhante e uma parada em uma estrada de chão. Depois de esbarradas nada sutis na perna da moça, o rapaz que a levaria até os palcos revelou as segundas intenções. Anestesiada pelas promessas de sucesso, Cíntia deixou-se levar. O que era sobre o não-amor agora lembrava bancos traseiros, casos inconsequentes e vinha embalado em forma de Rodrigo, o segurança do “A Dois”.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

T. 1:14 -15 - I/III

Ouça: Fordham Road - Lana Del Rey

“Hmmm, o-o-o-i....Quer dizer, ahn...oi. Quando vocês encontrarem esse vídeo, saberão que eu fiz algo...errado. Mas....eu espero que entendam....e-eu tinha de fazer.”

Sin encarava o espelho. Os olhos castanhos brilhavam, o cabelo caía em cascatas até a altura das omoplatas. Trajava o melhor de seus vestidos. Cheio de paetês que alternavam o brilho conforme a luz os atingia. Atrás de si, três garotas nuas andavam, procurando por sapatos ou peças íntimas.“Sin, dois minutos!”, disse o rapaz que colocou a cabeça para dentro do cômodo onde estava. Dois minutos, apenas dois para que tomasse o palco.