sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

diretrizes de um jogo antigo

dois era o número de jogadores. 3 ou quatro assistiam, interferindo na partida, afinal nunca existiram regras claras e bem definidas. com frequência, mais de uma pessoa ocuparia uma das extremidades do campo, deixando o outro em desvantagem, fosse pela transformação do oponente único em uma equipe ou pela distração de ter sempre fora do ecossistema, fosse do lado dele ou dela.

não era competição ou colaboração. era teste de resistência e de limites. logo, tempo, disposição, atenção e curiosidade eram parte do treinamento e da ação. sair à frente não significava vencer, permanecer atrás não resultava, necessariamente, em atrasos. pressupor um movimento poderia resultar em erro, mas não em cartões vermelhos ou suspensões.

tempo: era o juiz e o único capaz de desfazer os nós que os fixavam à dinâmica. e o fez. durante uma distração, destruiu as conexões. sem regras expressas, não haveria sequer resquício de que um dia a modalidade existiu ou que os atores compartilharam qualquer proximidade. restou a memória e a dúvida de um episódio de folie à deux.

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