domingo, 20 de dezembro de 2020

sem-título-v456

insuficiência é esperar que sinais sejam lidos, mensagens interpretadas, mesmo aquelas que falam na ausência. esperar que leituras sejam feitas e perguntas vocalizadas. esperar e esperar, mas não o bastante para que situações confortáveis se tornem cômodas e apenas isso. observar quando o outro interpreta tudo da mesma forma normal no qual tudo está bem e indicar que não, que é o oposto e isso assusta. ausências crescem na falta de visão e na escolha por evitar questões difíceis demais pra se resolver em uma conversa sem interesse.

domingo, 13 de dezembro de 2020

não-nomeado



I sit and watch you, I notice everything you do or don't do. Calmo e lento se transformavam os detalhes até que imprimissem na memória - a minha - as vontades, os traumas.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Universo #546

"The day you walked into the book store
Waving cross the aisle
Truth is I was glad to see you
Though I couldn't smile
I thought about the last time we spoke
What you said had hurt
Oh and now you show up talking nicely
In the place that I work"

Saint Sister ft Lisa Hannigan - The Place That I Work

No universo #546 haveria respostas em fevereiro depois do completar de anos. Despedidas breves seguidas de mudanças nada bruscas. Passagens em abril. Livros, vários deles, ao decorrer de meses. Cartas, textos técnicos, milhas sutis. Livros à duas mãos, secretos. Compilados dos anos de juventude e falta de coragem. Continuidade, sobretudo. Até que os romances encontrassem a realidade e a peneira do tempo deixasse que personagens e sutilezas para trás. Até que sobrasse nada. Ou se construísse tudo do zero. 

domingo, 29 de novembro de 2020

Lembrete de 10/05/2015

Que lembres sempre que a memória não dá sossego.

Do que ficou por ser (e outras indefinições)

Not - Big Thief


Não foram pelas tuas palavras, visíveis no papel e me endereçadas em fevereiro. Nem pelas tímidas investidas e encontros esparsos. Nem sequer pela noite na Paula Gomes que enterrou nossas expectativas. Não foram pelas narrativas criadas e das redes que passamos anos trocando, sem mencionar destinatários que, tão claramente, recebiam e desvendavam mensagens, metáforas e o simbolismos, mas nunca verbalizado em alto e bom som. Não era por você.

Talvez fosse por mim. Pelo medo, pela falta de clareza - de palavras, ideias, desejos -, os pesos de indecisão. A solidão pesa, sufoca e, ironicamente, ensina. A clausura e o isolamento amadurecem. Essas coisas tornam claro o que é necessário: dizer. Vá, fique, retorne, transforme. Era por mim. E por tudo que eu não consegui dizer antes do fim. Também foi pela vez em que me percebi do lado de fora, afastada. Pela ausência da resposta que não dei.