não há espaço para nostalgia, mas a memória insiste em me encontrar nas madrugadas em que a ansiedade visita. não houve declaração, além das acusatórias e odiosas. penso sempre que poderia ter sido melhor ou mais ácida quando te era merecido. mas não. nada.
houve desejo não realizado, suspenso. confesso que senti medo, era menina como essa agora ao teu lado. vejo hoje como autopreservação. tua língua me queimava. só tua verdade importava. eu precisava ser descoberta. não era um beijo que ia me salvar.
a lente se torna menos rosa à medida em que se aproxima a minha troca de décadas, mas penso muito. eu ainda sou a última romântica e, acima de tudo, aquela que acha que pode se salvar tudo com a palavra. e volto a escrever como para encontrar aquela época. não pra te resgatar, temos que ser justos, visto que não há nada ali. mas para me relembrar. que era eu, que o meu coração sempre pode ser mais e retornar a mim. sempre.
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