Ouça: Fiction - The xx,
Em over shoulder te procuro em meio à multidão de estranhos. Em algum ponto, nossos olhos se cruzam e tudo o que sinto é uma vontade de ir embora. Mas é de ir embora com você.
Escalei a sua atuação para o filme da minha vida, mas ainda não consigo comprar o personagem que você interpreta de si mesmo. Tento me desvencilhar das irônicas facetas que você possui, mas até a pior delas é capaz de me fazer esquecer do roteiro inicial e querer adicionar mais 30 minutos à minha "super-produção-cinematográfica". A minha busca por cenas perfeitas é frequentemente frustrada por essa sua mania insuportável de querer fugir dos meus scripts mentais. É nessa hora que eu tenho a vontade de te rebaixar a mero personagem secundário, mesmo sabendo que não isso faria o menor sentido na história.
90 minutos. 90 minutos é o tempo necessário para criar uma história sobre dois estranhos que se encontram ao acaso e se descobrem apaixonados. 90 minutos são suficientes pra adicionar um conflito, uma reviravolta e criar um final feliz. Isso, em números reais, dá cerca de 2 ou 3 anos. Aliás, você sabia que nenhum indivíduo aguentaria ficar apaixonado por 10 anos? A paixão tem essa capacidade incrível de fazer pessoas perderem duas coisas: o sono e o apetite. Segundo esses sintomas, para mim, já é tarde demais. Ressacas morais me acompanham em madrugadas e, além das taças de vinho e inúmeras xícaras de café, bem, nada parece bom o suficiente.
Uma hora e meia é o bastante pra descrever beijos, frases de efeito, brigas e todos os pequenos detalhes comuns à vida de qualquer casal. Eis o detalhe: é tudo o que não somos, tudo o que nunca fomos. A próxima cena talvez tenha como trilha sonora uma música aleatória da sua banda favorita. No entanto, no próximo capítulo, uma discussão absurda faz com que eu reforce todos os motivos para não confiar em você. Talvez eu até ouça a clássica frase de mãe, que diz que "só sei fazer a escolha errada".
O final? Tenho essa impressão de que já conhecemos. O final feliz fica para as produções hollywoodianas. Eu vou embora, você encontra outra garota em uma estação diferente. Ah, nem se preocupa. Existem outros cenários , outros personagens e melhores diretores por aí. Então vai, pode ir embora, maldizer todas as minhas palavras, me culpar por todos os danos. Só não esquece de uma coisa: você foi a minha mais doce ficção.
Cena 1: seus pés movimentam-se nervosamente por debaixo da mesa. Em cut up, minha cabeça capta seus dedos que tamborilam alguma música que só toca em sua cabeça. Em um outro plano, seus lábios se curvam em sorrisos sarcásticos enquanto falas. Você nem sabe, mas isso faz com que eu desconfie até do seu "Oi".
Em over shoulder te procuro em meio à multidão de estranhos. Em algum ponto, nossos olhos se cruzam e tudo o que sinto é uma vontade de ir embora. Mas é de ir embora com você.
Escalei a sua atuação para o filme da minha vida, mas ainda não consigo comprar o personagem que você interpreta de si mesmo. Tento me desvencilhar das irônicas facetas que você possui, mas até a pior delas é capaz de me fazer esquecer do roteiro inicial e querer adicionar mais 30 minutos à minha "super-produção-cinematográfica". A minha busca por cenas perfeitas é frequentemente frustrada por essa sua mania insuportável de querer fugir dos meus scripts mentais. É nessa hora que eu tenho a vontade de te rebaixar a mero personagem secundário, mesmo sabendo que não isso faria o menor sentido na história.
90 minutos. 90 minutos é o tempo necessário para criar uma história sobre dois estranhos que se encontram ao acaso e se descobrem apaixonados. 90 minutos são suficientes pra adicionar um conflito, uma reviravolta e criar um final feliz. Isso, em números reais, dá cerca de 2 ou 3 anos. Aliás, você sabia que nenhum indivíduo aguentaria ficar apaixonado por 10 anos? A paixão tem essa capacidade incrível de fazer pessoas perderem duas coisas: o sono e o apetite. Segundo esses sintomas, para mim, já é tarde demais. Ressacas morais me acompanham em madrugadas e, além das taças de vinho e inúmeras xícaras de café, bem, nada parece bom o suficiente.
Uma hora e meia é o bastante pra descrever beijos, frases de efeito, brigas e todos os pequenos detalhes comuns à vida de qualquer casal. Eis o detalhe: é tudo o que não somos, tudo o que nunca fomos. A próxima cena talvez tenha como trilha sonora uma música aleatória da sua banda favorita. No entanto, no próximo capítulo, uma discussão absurda faz com que eu reforce todos os motivos para não confiar em você. Talvez eu até ouça a clássica frase de mãe, que diz que "só sei fazer a escolha errada".
O final? Tenho essa impressão de que já conhecemos. O final feliz fica para as produções hollywoodianas. Eu vou embora, você encontra outra garota em uma estação diferente. Ah, nem se preocupa. Existem outros cenários , outros personagens e melhores diretores por aí. Então vai, pode ir embora, maldizer todas as minhas palavras, me culpar por todos os danos. Só não esquece de uma coisa: você foi a minha mais doce ficção.
Que texto mais lindo!! Amei demais <3
ResponderExcluirBeijinhos!!
Am
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