Ouça: Ann Sally - Wish You Love
Ai, se soubesses como dói ter um amor que sofreu aborto jamais tornaria a olhar estas moças que lhe passam às ruas. Não carregas a culpa, seu moço. Mea culpa, mea máxima culpa. Amei-te em uma língua que não compreendes. És analfabeto ao meu olhar e não soube decifrar o quanto este se desfazia ao receber a notícia da partida. Nem sabes, mas morri. Desfaleci nas inúmeras vezes em que devolvia o teu silêncio ferino com a paixão calada.
De todos os amores, fostes o único a portar a infantil pureza dos romances literários. Destes que não exigem apego carnal para ser legítimo. Começam e morrem no olhar, sem que os amantes saibam que um fez do outro a moradia dos sonhos. Deixaste-me um bilhete dizendo o quão triste se sentia, mas também fizeste questão de lembrar que não é este o verdadeiro adeus. Gosto de pensar que temos ainda as cartas, as fotos e as inocentes brincadeiras. No fundo, éramos feitos para acabar.
Às tuas roupas, acrescento essas mal traçadas linhas para que saibas que, de soslaio, te cuido. Voas à tua casa. Lá, encontrarás um amor mais ensolarado, florido e leve que o meu. Desejo-te a mais pura das felicidades e que o sol possa te aquecer quando os flocos da branca neve começarem a cair. Saibas que, se não encontrardes tudo aquilo que deseja, sempre encontrarás aqui o refúgio necessário para retomar as forças e descansar suas dores. Escreva-me, amigo. Conte-me sobre suas fantásticas aventuras neste imenso mundo, suas preocupações e os amores que ainda lhe tirarão o sono durante longas noites. Deixe que os três pontinhos permaneçam nessa história.
És livre, meu bem. Permito que partas, ainda que meu peito aberto clame por tudo aquilo que faltou ser. Such is life, dizem. Vai ver, é isso mesmo. Só o que tenho a dizer agora é adeus, quase amor.
Faço as malas de um amor que nunca foi meu. Empacoto os olhares
trocados, as carícias eternamente adiadas, os beijos nunca provados. Recolho os
resquícios de uma paixão frágil, imatura, e que agora transborda do peito em
forma de gota d'água amarga, e rola, vez ou outra, por minha pálida face.
Ai, se soubesses como dói ter um amor que sofreu aborto jamais tornaria a olhar estas moças que lhe passam às ruas. Não carregas a culpa, seu moço. Mea culpa, mea máxima culpa. Amei-te em uma língua que não compreendes. És analfabeto ao meu olhar e não soube decifrar o quanto este se desfazia ao receber a notícia da partida. Nem sabes, mas morri. Desfaleci nas inúmeras vezes em que devolvia o teu silêncio ferino com a paixão calada.
De todos os amores, fostes o único a portar a infantil pureza dos romances literários. Destes que não exigem apego carnal para ser legítimo. Começam e morrem no olhar, sem que os amantes saibam que um fez do outro a moradia dos sonhos. Deixaste-me um bilhete dizendo o quão triste se sentia, mas também fizeste questão de lembrar que não é este o verdadeiro adeus. Gosto de pensar que temos ainda as cartas, as fotos e as inocentes brincadeiras. No fundo, éramos feitos para acabar.
Às tuas roupas, acrescento essas mal traçadas linhas para que saibas que, de soslaio, te cuido. Voas à tua casa. Lá, encontrarás um amor mais ensolarado, florido e leve que o meu. Desejo-te a mais pura das felicidades e que o sol possa te aquecer quando os flocos da branca neve começarem a cair. Saibas que, se não encontrardes tudo aquilo que deseja, sempre encontrarás aqui o refúgio necessário para retomar as forças e descansar suas dores. Escreva-me, amigo. Conte-me sobre suas fantásticas aventuras neste imenso mundo, suas preocupações e os amores que ainda lhe tirarão o sono durante longas noites. Deixe que os três pontinhos permaneçam nessa história.
És livre, meu bem. Permito que partas, ainda que meu peito aberto clame por tudo aquilo que faltou ser. Such is life, dizem. Vai ver, é isso mesmo. Só o que tenho a dizer agora é adeus, quase amor.
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