segunda-feira, 2 de outubro de 2023
Ele, o coração de câncer me diz: “volte”. Que voltará aos antigos hábitos, que retomará as linhas de contato e fará novos investimentos em conforto. Sem ser direto, me expressa o quanto eu ainda posso ser pequena e que, ali, eu sempre poderei ser vulnerável.
Na cozinha, ela me diz das maldições que correm no sangue das duas família. Que uma tem a melancolia e a outra a impaciência, tendo eu sido agraciada com ambas. Falamos sobre os que vieram antes, os que sofrem hoje com o mal do passado.
Eu, suspensa nas noções ente casas e lares, construí locais de passagem onde pousa o corpo e a mente vaga há seis anos. Empilho livros em prateleiras que não são minhas, repouso canetas que já nem funcionam em cadernos que não veem minhas letras há muito tempo depois que a voz aprendeu a sair da garganta. E volto pra ela, a casa, a palavra, sempre que dói e que não há ouvidos aptos a ouvir.
Das formas de voltar a casa, lembro que sempre haverá um novo parágrafo a ser escrito.
You wouldn't take my word for it
If you knew who was talking
If you knew where I was walking
To a house, not a home, all alone 'cause nobody's there
Where I pace in my pen and
My friends found friends who care
No one sees when you lose
When you're playing solitaire
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